terça-feira, 10 de novembro de 2009

Venha a Bola!

O campeão em título pelo honorário campeonato luso (aquele da bebida espirituosa) foi confrontado por um verdadeiro penhasco insular e viu derretidas as suas aspirações em pontuar... Anulados, indecisos, sem referências viram o clube oceânico facturar e organizar-se com robustez mental suficiente para absorver o caudal portista. O bailinho poderia até ser outro, não fosse o desacerto dos dançarinos maritimistas. A música era boa, os acordes não…



No rescaldo da partida Jesualdo reparou que a liga portuguesa evolui a um novo ritmo musical (“deixem passar esta linda brincadeira….”) o que vai obrigar o clube nortenho a abrir os cordões à bolsa do Pinto num incremento logarítmico até atingir valores record que se pensa catapultar os dragões a uma dança tranquila, que tem sido a tocada na liga portuguesa na ultima década.

No sábado desfrutou-se sobretudo de um jogo bonito, daqueles em que se come o amendoim com prazer... Público, estádio, equipas, futebol.... Bom espectáculo com dimensão europeia num encontro da liga nacional. Faltam mais como este para que haja estádios cheios e clubes a crescer. Grande intensidade doseada de algum frenesim ao detalhe, com bombardeamentos nos 2 castelos defendidos por equipas precisas e concentradas. Foi uma batalha épica, imensurável, diria até de proporções bíblicas em que as tropas vimaranenses acabaram por derrotar os comandados de Domingos.

Já no Domingo o Sporting apresentou-se em vila do conde com uma nova vontade de vencer e pela primeira vez esta época foi para o intervalo com uma vantagem confortável. Inspirações trouxeram os ventos dos golos e uma aparente calma a um grupo de trabalho em estado de sítio.



Porém, após o descanso a equipa apresentou-se com uma apatia e deselegância extrema, mostrando, quiçá demasiada tranquilidade e o Rio Ave acabou por desferir 2 chicotadas que rasgaram o coração do leão sem dono. Foi a tragédia, o desastre estrondoso, de quem sente o cair na tabela classificativa. No final os rio-avenses * comeram marisco fresco entre ecos de alegria e prolongou-se o secreto sonambulismo embriagado pela indefinição do ser entre abraços de conforto furado no reino do leão.

No final dos finais, no ninho das águias curiosamente n se assistiu a novo autocarro, desta vez foi um autentico blindado, comandado por Peiser em noite memorável...
Sem os mísseis de Cardozo, a equipa da luz tentou desesperadamente atingir as redes da equipa adversária mas ora por culpa dos postes ou do gigante guardião Figueirense o resultado manteve-se inalterável ate bem perto do término da partida.
No entanto a turma encarnada nunca perdeu a fé em Jesus, acabando por ultrapassar as defesas inimigas, quando os adeptos já estavam incrédulos e à beira da depressão post-traumática… Foi no raiar da hora, subitamente o psicadelismo abrupto dominou as bocas dos adeptos provocando a indução de um riso compulsivo e possante, foi a chamada loucura na luz.




A maré vermelha está ai e parece querer arrasar o país inteiro…

Foi esta a semana futebolística. A magia da bola, afecta pelo menos a mais de um, mexe com a liga e os sentimentos dos adeptos, agitam-se corações, preparam-se investimentos e novos treinadores… Enfim...o futebol respira no velho aliado dos seus inventores…
Para a semana temos mais, esperemos que com a vitória da nossa selecção! Recebam um abraço fraterno do vosso amigo,
Jesefino Aurélio Pinto

* Eu sei que é vilacondenses, mas desse modo não se obtia a subtileza pretendida na piada em questão

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